[Portugal] Websig - ASP.Net vs PHP

Luís de Sousa luis.a.de.sousa at gmail.com
Thu Jul 2 03:34:51 EDT 2009


Caro Joaquim,

Não contesto o facto de existirem linguagens de programação superiores
ao C# (o que depende também muito do objectivo final). Agora, do ponto
de vista de um programador, não me parece possível que uma linguagem
de scripting como o PHP possa ser superior a uma linguagem altamente
tipificada e orientada a objectos como o C#.

Quanto à propriedade da linguagem, não sendo jurista, parece-me muito
pouco provavel que alguém possa patentar uma norma ISO. Se de facto
tem informação nesse sentido queira por favor partilhá-la.

Abraço,

Luís

2009/7/2 Joaquim Machado <joaquim.machado at ine.pt>:
> Boa noite,
>
> Antes de mais, gostaria de dizer que sou um novato nesta lista (por
> desconhecimento) e por isso vou começar por dar os parabéns por esta
> excelente iniciativa (sinceros).
>
> A razão que me trouxe cá foi através de um pedido que me foi feito para
> comentar a thread "Websig - ASP.Net vs PHP". Embora não sendo um
> especialista "programador" e por isso não posso dissertar sobre as
> virtuosidades de cada uma das linguagens de programação, posso no entanto
> fazer alguns comentários acerca das implicações futuras sobre a escolha da
> plataforma no presente. Ou seja, integração, flexibilidade, standards
> abertos e liberdade de escolha.
>
> Infelizmente esta temática é complexa e dependendo do detalhe a que se
> queira chegar, poderá nunca ser esgotada. Por isso vou começar por algumas
> pontas que ficaram soltas e se depois tiverem pachorra para me aturar, logo
> me dão mais corda.
>
> 1. Mono, aka .NET cross plataform development framework
> Para mim é uma solução muito interessante, especialmente para aquelas
> situações em que nós temos uma dúzia de aplicações desenvolvidas em .Net em
> cima de Windows e que queremos migrar para plataformas abertas como o Linux.
> Ou seja, com alguns ajustes, mas sem a necessidade ou obrigatoriedade de
> desenvolver tudo novamente de raiz. No entanto, se for para desenvolver algo
> de novo - NÃO. Excepto se, os programadores só souberem trabalhar .Net e não
> houver tempo e recursos financeiros para formação em plataformas de
> desenvolvimento mais maduras e abertas. Caso contrário, existem muitas
> outras alternativas, muito mais interessantes. Escreverei sobre isto mais em
> detalhe, mais à frente.
>
> 2. "Parece-me muito arriscado a Microsoft fazer tal coisa de um ponto de
> vista estratégico. Seria algo equivalente a vender voluntariamente o IE em
> separado do Vista."
> Será que isto parece um absurdo assim tão grande? Tentem ver isto do ponto
> de vista do utilizador comum. O utilizador que não tem conhecimentos de
> informática. Um leigo. Se a MS resolvesse vender o IE em separado do
> Windows, o que é que acham que iria acontecer? O utilizador comprava. E não
> era o único, as organizações governamentais e as empresas também. A
> quantidade de aplicações Web que dependem do IE para funcionar é
> astronómica. Do ponto de vista comercial, para a MS a venda do IE, não tenho
> a menor dúvida de que a curto/médio prazo, seria um sucesso. Veja-se o
> exemplo do MS Office vs OpenOffice.org. Para 99% dos utilizadores, os dois
> produtos fazem a mesma coisa. O primeiro custa várias centenas de euros
> (depende do tipo de licença) e o outro é gratuito. No entanto o mais caro
> deve ter uma quota de mercado a rondar os 90%. Como é que se explica isto?
> Onde é que está a lógica disto?
> Por outro lado, esta questão faz-me olhar para o passado. Para o inicio da
> minha carreira... Um dos primeiros empregos que tive, foi a trabalhar para
> uma distribuidora de software nacional e naquela altura nós distribuímos
> (vendíamos a revendedores) as principais marcas de software, Lotus,
> Wordperfect, Borland, etc. Eles eram os lideres na sua área. A Lotus tinha a
> folha de cálculo 1-2-3, a WordPerfect o processador de texto e a Borland as
> linguagens de programação e respectivas ferramentas. Eles eram os melhores e
> isso era incontestável. Por isso, eram caros e protegiam-se o melhor
> possível contra a pirataria. As disquetes vinham preparadas para fazer um
> número muito limitado de instalações (tipicamente 5) e havia procedimentos
> para que antes de se formatar o disco, ou deitar fora o computador, ou
> qualquer medida radical e irremediável de se transportar a licença que
> estava no disco duro do computador para a disquete. Entretanto a MS, que
> tinha o sistema operativo MS DOS e pouco mais, começou a desenvolver e
> vender soluções concorrentes aos lideres de mercado. Com uma grande
> diferença. É que embora houvesse imperativos legais associados ao
> licenciamento e à prática da pirataria de software, a verdade é que não
> tinha mecanismos tecnológicos que impedisse os utilizadores de fazer o
> número de instalações de software que muito bem entendessem. Por outro lado,
> as medidas de fiscalização eram quase inexistentes, resultado, embora
> começassem por ter um produto inferior à WordPerfect, Lotus ou Borland,
> acabaram por ganhar uma grande quota de mercado - a liderança. Agora que a
> MS lidera nesta gama produtos o que é que fazem? Tentam proteger o máximo
> possível contra a pirataria, através da implementação de mecanismos
> tecnológicos. Atenção, não sou nada contra a forma como a MS conseguiu
> chegar onde chegou, nem sou contra o devida cobrança de licenças ou suporte.
> Mas não sejamos ingénuos, a empresas existem para facturar, a principal
> obrigação de uma empresa é para com os seus patrões, neste caso, os seus
> obrigacionistas. Elas podem ter politicas ambientais, politicas sociais,
> filantrópicas, etc., mas infelizmente, em razão do lucro, do proveito, isso
> é tudo assessório.
>
> Por hoje, fico por aqui, amanhã ou depois, há mais.
>
> Com os melhores cumprimentos,
>
> --
> Joaquim Machado
>
> INE::DMSI/IT
> Departamento de Metodologia e Sistemas de Informação
> Serviço de Infraestrutura Tecnológica
>
>


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