Re: [Portugal] Fwd: Pedido de colaboração artigo Sistemas de Informação Geográfica - Semana Informática

Luís de Sousa luis.a.de.sousa at gmail.com
Thu Apr 15 03:59:51 EDT 2010


Viva,

Possível resposta à questão 2 segue abaixo.

Luís

--

O mercado dos SIG entrou há cerca de uma década em Monopólio técnico
com um dos fabricantes a adquirir uma quota de mercado muito superior
à da concorrência [1]. Esta posição dominante levou à estagnação no
desenvolvimento e inovação e algum desleixo na introdução de novas
soluções. Vários produtos foram colocados no mercado sem o
amadurecimento próprio; as actualizações de software e novas versões
de produtos pareceram ser muitas vezes regressivas, perdendo
usabilidade, introduzindo problemas ou reduzindo funcionalidades.

Os SASIG trazem em primeiro lugar um paradigma novo, em que o
amadurecimento é feito em produção. Isto poderá parecer um
contra-senso mas aumenta grandemente o universo de utilizadores de
teste (que agora passam a ser todos) assim como o conjunto de
situações de teste. Este paradigma permite um amadurecimento muito
mais rápido e a consolidação de produtos de grande qualidade de uma
forma impossível ao desenvolvimento fechado, em que os produtos chegam
ao mercado supostamente já totalmente testados.

Em algumas áreas específicas em que os produtos comerciais tardaram a
fornecer soluções viáveis o software aberto ganhou rapidamente quota
de mercado. Casos exemplares serão o serviço de mapas na Internet, com
produtos como o Mapserver ou o Geoserver e as bases de dados
espaciais, onde um produto como o PostGis apresenta qualidades
semelhantes a outros que custam muitos milhares de euros. Nestas áreas
os SASIG estão hoje em grande medida numa posição de “market makers”,
ou seja, apresentam direcções que o software comercial tem de seguir
para não perder o comboio da inovação.

Nos chamados programas “desktop” - interfaces gráficas para a
visualização e manipulação de informação espacial - a velocidade com
que certas soluções emergiram, (e.g. gvSIG, QuantumGIS) veio trazer
uma nova dinâmica ao mercado da especialidade, impondo novos padrões
de qualidade. Apesar de não terem ainda uma penetração de mercado tão
grande, tal deve-se não à falta de qualidade do produto, mas sim a
algum défice de conhecimento por parte utilizadores, que no caso de
programas complexos como estes necessitarão sempre de uma formação
especializada.



[1] Fiz estes cálculos em 2001 no meu trabalho de final de curso se
for preciso alguma referência.


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