Res: Res: [Portugal] FOSS4G-Barcelona: Open Source Geospatial
Software Still Much in Demand
Ricardo Pinho
rpinho_eng at yahoo.com.br
Fri Sep 17 17:59:30 EDT 2010
Viva Joaquim e Victor,
Meus caros, talvez não tenha sido claro, mas a minha chamada da atenção era para
o argumento levantado por alguns professores e directores de cursos, de que:
"Não podemos ensinar com FOSS4G porque o mercado pede profissionais com
Curriculum Vitae ArcGIS e companhia"!
Argumento esse, naquele parágrafo, contrariado de forma muito interessante, e
que vem confirmar aquilo que eu penso:
Uma empresa que procura a eficiência, como todas devem ser, prefere
profissionais que conseguem realizar as suas competências com recurso a software
sem custos de licenciamento. à puro bom senso... não é?! Mesmo que essa empresa
no passado se tenha comprometido (investimento avultado) com software fechado, é
obvio, se for inteligente, irá preferir sair desse ciclo de despesismo e
dependência o mais rapidamente possÃvel.
Portanto, ao contrario do que se diz, as empresas estão ansiosas para que as
escolas formem profissionais livres! ;-) E se o mercado funcionasse na
perfeição, via-mos essas empresas/instituições a investir e a fazer pressão nas
universidades para que elas ensinem com software livre. Certo?!
Agora, se existirem factores externos (perversos) que orientam as empresas ou
instituições a usarem software fechado (e até menos eficientes, como o Windows)
a coisa já muda de figura... A sociedade todos os dias me espanta, pela falta de
lógica e de bom senso das decisões que são tomadas. Dizem-me que as coisas são
mais complexas do que eu penso... se calhar, mas nunca me provaram isso com
lógica e transparência! ;-)
à óbvio que as empresas de software sig fechado tambem são inteligentes e se
irão adaptar aos movimentos do mercado. à medida que as regras e os opções dos
clientes se vão alterando, também elas se vão adaptar e assim apresentar
soluções mais eficientes para o cliente. à o puro instinto de sobrevivência, que
só leva a bom porto se existir um clima de concorrência leal!
Quando se vê uma empresa de software cujo dono é o mais rico do mundo é porque
existe um grande desequilibro, e esse desequilibro mais tarde ou mais cedo tem
de ser eliminado pelo mercado, pela sociedade e pelos clientes. (pena é que seja
mais tarde...)
Transcrevendo aqui uma frase do Tyler Mitchel, no FOSS4G 2010.
Qual é o objectivo da OSGeo para os próximos anos?
Na opinião dele, é "FOSS4G ser a primeira escolha!". Ou seja, um cliente que
precisa de um solução SIG vai em primeiro lugar procurar resposta no FOSS4G e
não num arcgis, geomedia, mapinfo, etc...
Eu concordo com ele, e está-se a lá chegar mais rapidamente do que se pensa,
graças às imensas vantagens competitivas da abertura, colaboração e entreajuda!
Mas isto é tudo "wishful thinking" e "conversa filosófica", vamos voltar à terra
e assistir ao desenrolar da situação. O que podemos fazer é demonstrar com
atitudes e actos a nossa preferência pelo que achamos correcto, e pouco mais!
Joaquim,
>Ricardo,
>à ilusão pensar que a qualidade de um produto tem grande coisa a ver com a sua
>adopção generalizada.
Compreendo!
Pois, começo por perguntar o se entende por "qualidade" de um produto?
Qualidade de um produto para mim é tanto maior quanto melhor ele resolve as
minhas necessidades.
Pode ser uma questão de simplicidade, rapidez, eficiência, etc, e preço!
Mas não é obrigatoriamente directamente proporcional ao numero de
funcionalidades que possuÃ!
(Este é o ponto do Victor)
Quanto à sua adopção generalizada, é evidente que existem milhentos factores que
decidem isso! Primeiro os clientes têm necessidades muitos dispares, mas há uma
que é comum, o preço! Por isso quanto mais barato mais probabilidade tem de ser
popular! A flexibilidade ou a escalabilidade tambem é um trunfo forte para a
popularidade. E nisso o FOSS4G dá cartas...
Mas há muitas outras... se calhar o iphone é um exemplo interessante, não?! ;-)
>A este respeito nunca esqueço o quão o OS2 estava avançado em relação ao Windows
>pre-3.1 e ainda assim veja-se quem ganhou.
Meu caro, o que era o OS2 comparado com o AmigaOS, AmigaDOS e o Workbench?!
heheheh
E como explica que a sua empresa, a COMMODORE, faliu exactamente no ano em que
vendeu mais unidades do AMIGA?!
Eu tive um A500 (1987) e ele permitiu-me avançar anos em relação aos restantes
utilizadores de pc's e win's! Veja um pouco da sua história, e o ano 1993!
Também tenho muitos traumas da industria do software, o mais recente foi o
Virtual Iron, comprado pela Oracle para o abater. Foi com ele que eu aprendi
virtualização em servidores. Foi extinto por um perigoso predador...
à um mercado sujo e por isso pus nos meus slides: "Free software never goes
bankrupt and thereforedoes not âdestroyâ any knowledge"
Acredito que o licenciamento "free software" nomeadamente o GPL é uma esperança
de limpeza desse cancro da industria do software fechado, que tantos prejuÃzos
tem trazido para o desenvolvimento da ciência dos computadores!
Resta-nos pensar, o que é e o que podia ser o mundo, se as coisas tivessem sido
diferentes e mais justas.
Não vamos deixar que isso continue a acontecer, para bem dos nossos filhos e da
nossa consciência!
>Joaquim Luis
Abraços,
Ricardo Pinho
PS.
Quem estiver interessado, recomendo a leitura deste conjunto de 4 artigos sobre
a história do AMIGA.
Vale a pena ler todos, principalmente quem teve um, aprende-se muito com ela!
Está lá uma das minhas passagens preferidas de sempre, a razão de existir do
"ser humano":
But the story is about something else as well. More than a tale about a
computer maker, this is the story about the age-old battle between mediocrity
and excellence, the struggle between merely existing and trying to go beyond
expectations. At many points in the story, the struggle is manifested by two
sides: the hard-working, idealistic engineers driven to the bursting point and
beyond to create something new and wonderful, and the incompetent and often
avaricious managers and executives who end up destroying that dream. But the
story goes beyond that. At its core, it is about people, not just the designers
and programmers, but the users and enthusiasts, everyone whose lives were
touched by the Amiga. And it is about me, because I count myself among those
people, despite being over a decade too late to the party.
PSS.
Um dos aspectos interessantes e diferentes que senti nos dois FOSS4G a que tive
o privilégio de assistir.
Quem tem a palavra não são "os comerciais ou gestores", são "os próprios
desenvolvedores e utilizadores"! pelo menos para já... ;-)
________________________________
De: Joaquim Luis <jluis ualg.pt>
Para: portugal lists.osgeo.org
Enviadas: Quinta-feira, 16 de Setembro de 2010 23:56:11
Assunto: Re: Res: [Portugal] FOSS4G-Barcelona: Open Source Geospatial Software
Still Much in Demand
On 16-09-2010 23:29, Victor Ferreira wrote:
>Mas essa comparação é entre dois produtos "fechados" :-)
>
Para o ponto que eu quis levantar, isso não tem grande importância.
Aqui acrescento algumas achas:
>O software Foss4g já tem qualidade "suficiente" para poder competir com
>competência com o comercial... pode faltar por vezes é promoção e marketing que
>crie uma imagem "qualitativa" melhor, e empresas com aspecto de que vão durar
>uns anos para se poder ter interlocutor quando as coisas correrem mal (uma das
>razões que tem aparecido recorrentemente em conversas - a desconfiança de que
>poderá faltar assistência ao produto... e claro que os "comerciais" estimulam
>essa tecla a favor deles).
>A partir de um certo nivel de "qualidade", parece-me que o software acaba por
>cair num "contar de espingardas" para ver quem tem mais! Assim de repente
>lembro-me de vários softwares que de uns anos a esta parte não têm acrescentado
>grande coisa de inovador, simplesmente ficando mais "gordos" e com roupagens
>mais "garridas". A intel e a malta que fabrica rams agradece bastante este tipo
>de aumento de "qualidade" :-)
>Penso que uma coisa inadvertida que o Foss poderá estar a fazer é estimular um
>pouco a concorrência e fazer as grandes empresas puxarem pelos neurónios!
>Uma coisa que acho que está ainda a faltar no ecossistema sig é mais software na
>área da topografia e GPS de "qualidade" (a pensar no sub-metro). Já vi na web
>uma solução open source para isso! vamos ver se aparecem mais.
>
Há (muito) mais "vida" para além do universo "SIG". Sou utilizador há +/- 18
anos (e mais recentemente contribuidor) do GMT que tem uma qualidade soberba.
No entanto, por razões estranhas (terá a ver com o meu primeiro ponto?), este
producto está pouco divulgado na comunidade 'SIG'.
Joaquim
________________________________
De: Ricardo Pinho <rpinho_eng yahoo.com.br>
Para: portugal lists.osgeo.org
Enviadas: Quinta-feira, 16 de Setembro de 2010 21:22:02
Assunto: Res: [Portugal] FOSS4G-Barcelona: Open Source Geospatial Software Still
Much in Demand
Interessante relato!
Gostei especialmente desta passagem:
"With more than 90% of our U.S. two-year college programs basing their academic
curriculum on teaching Esri products, why even bother with FOSS4G? Don't we
struggle enough with just trying to keep pace with the next iteration of ArcGIS
XX from Esri? Well, if the Open Source software class offered this summer in
Albuquerque by Central New Mexico Community College is any indication, the
industry is clamoring for alternative solutions, and employers are eager to
engage graduates fluent in BOTH flavors of geospatial software technology."
eheheh, parece que até na sua terra, começam rapidamente a perder terreno.
Pois quando as alternativas forem apresentadas em igualdade de circunstancias,
as pessoas acabam por escolher a melhor!
E é assim que se progride e evolui!
-------------- próxima parte ----------
Um anexo em HTML foi limpo...
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