[Portugal] Apresentação sobre a relevância e a distribuição de cartografia oficial
Marco Afonso
mafonso333 gmail.com
Sábado, 9 de Janeiro de 2016 - 07:42:28 PST
Viva,
O que achei mais relevante da apresentação foi ele demonstrar que muitas
empresas ganham dinheiro usando dados/tiles do OpenStreetMap.
Em 09/01/2016 11:28, "Ricardo Pinho" <rpinho_eng yahoo.com.br> escreveu:
> Viva,
> Claro que cada um de nós fará a sua própria leitura, mas o Ramsey está
> nitidamente a puxar a brasa à sua sardinha e eu tenho de discordar e
> alertar para o perigo desse tipo de discurso, não só como funcionário
> publico (cuja função é defender o interesse publico) mas principalmente
> como cidadão!
>
> Não tenho nada contra e até sou a favor das plataformas colaborativas,
> como o OSM, GitHub, Wikipedia e afins. São grandes exemplos de cidadania
> e ferramentas importantes de troca de informação e de grande utilidade para
> os cidadãos. E tenho feito esforços para que entidades públicas APOIEM E
> CONTRIBUAM alimentando-as com alguns dados oficiais.
>
> O que é errado no discurso é misturar as coisas e chamá-las de
> alternativas às plataforma oficiais. Quem nos garante que daqui a 1 ano a
> CartoDB existe? Ou o GitHub não altera os termos de utilização? A própria
> Wikipédia já por diversas vezes esteve para fechar. Por diversas razões e a
> minha experiência diz-me para não confiar muito nesses projetos e a não
> aceitar que a defesa do interesse publico possa estar dependente deles.
>
> Mas qual é o perigo desse tipo de discurso?
> Foram as agências de rating e o FMI/Troika que decidiram que Portugal era
> "lixo" e convenceram a maioria dos Portugueses, com discursos desse tipo, a
> dar "carta branca" aos populistas para "cortar fundo nas funções do
> estado". Assistimos a um sério e preocupante enfraquecimento deliberado das
> instituições publicas, quer por corte dos seus recursos (financeiros e
> humanos) quer por fortalecimento artificial das "alternativas" privadas! O
> resultado está à vista... para quem o quiser ver.
>
> "We can't use OSM. Because: the law"
> A lei como um entrave à evolução é mais uma mensagem errada e perigosa. Se
> a lei o impede é porque existem razões que estão na base da lei que o
> impedem. Se essas razões já não são válidas então vamos todos exigir à
> assembleia que mude a lei!
>
> Imaginem que um de nós decide que os ingleses é que estão certos e que
> devíamos circular na rua do lado esquerdo. E como não compreendia a razão
> porque se decidiu andarmos todos pela direita, achava-se de plena razão e
> começava por iniciativa própria a circular na estrada pela esquerda... sem
> antes convencer todos os outros a fazer o mesmo. Não ia correr bem...!
>
> E foi essa "maldita inercia" da lei (neste caso a constituição da
> republica) e as instituições públicas (tribunais) que fizeram frente e
> evitaram um desastre ainda maior ao saque que Portugal foi alvo nos últimos
> 4 anos! E só não nos defenderam mais porque a instituições publicas estão
> completamente de "rastos" e é bom que as pessoas percebam que é preciso
> fortalece-las de recursos e pessoas, pois são as únicas que defendem
> verdadeiramente o interesse dos cidadãos!
>
> Se ele agora trabalha para a CartDB e acredita no projeto, ainda bem para
> ele! Mas que vir com este tipo de apresentações tentar angariar clientes do
> estado para a CartoDB... tenha lá paciência, não vamos nessa!
>
> E já agora aqui ficam alguns links de plataformas públicas que todos nós
> cidadãos e contribuintes temos investido e que finalmente começam a dar
> resultados. Cumpre-nos agora usá-los e ajudar a melhora-los, tal como
> fazemos com as ditas "alternativas":
>
> Portal de dados abertos da União Europeia
> https://open-data.europa.eu/pt/data
>
> Geoportal do INSPIRE
> http://inspire-geoportal.ec.europa.eu
>
> Sistema Nacional de Informação Geográfica (SNIG)
> http://snig.dgterritorio.pt/portal/
>
> Dados abertos das Instituições Publicas Portuguesas
> http://www.igeo.pt/DadosAbertos/Listagem.aspx
>
>
> Cumprimentos,
> Ricardo Pinho
>
>
> Em Sexta-feira, 8 de Janeiro de 2016 21:09, Alexandre Neto <
> senhor.neto gmail.com> escreveu:
>
>
> Boa noite,
> Não foi essa a leitura que fiz da apresentação. Não me parece que a
> mensagem do Paul Ramsey fosse a do ataque às instituições públicas e à
> qualidade da sua informação.
> Antes, e como tu próprio o disseste, que as instituições se têm de adaptar
> à realidade actual. Para tal - entre outras coisas? - devem garantir a
> difusão alargada dos seus dados, para que os mesmos sejam amplamente
> utilizados e assim tornando-os mais relevantes para os cidadãos.
> O que ele diz, é que se isso não acontecer, a sociedade civil acaba por
> se virar para alternativas colaborativas. Alternativas essas que, por já
> estarem bem implementadas (em alguns países), até podem servir para ajudar
> a distribuir os dados oficiais.
> E que bom que era termos um cadastro...
> Mas sim, creio que também por cá as coisas irão mudar. Não sei se será já
> para 2016. Mas lá chegaremos.
> Cumprimentos,
> Alexandre
>
> A 19h31 Sex, 8 de Jan de 2016, Ricardo Pinho <rpinho_eng yahoo.com.br>
> escreveu:
>
> É bom que peça desculpa, pois desta vez o ramsey foi uma desilusão.
> É compreensivel, o ponto de vista dele mudou, e a nossa opinião tende a
> mudar quando muda o nosso ponto de vista.
>
> Vivemos tempos cada vez mais populistas,
> onde uma mentira repetida por muitas pessoas se torna uma grande verdade,
> como é o caso das agencias de ratting.
>
> ou quando muitos likes significa muito cool,
> como é o caso do facebook.
>
> O que o Ramsey parece estar a dizer é que muitos likes = muito relevante
> então também devemos acreditar em sondagens que erram sempre?!
>
> E pergunto, se a informação produzida por entidades publicas ou orgãos
> oficiais são irrelevantes ou estão em declinio,
> Então porque os relatórios e publicações do INE são tão credíveis?
> Ou será que querem trocar os relatórios do INE por PivotTables de posts de
> facebooks ou coisas afins, e tomar decisões com implicações nas nossas
> vidas, no nosso futuro, nas nossas finanças, baseadas em likes?
>
> E já agora, se OSM tivesse o nosso cadastro predial, porque não usa-lo
> para imprimir uma planta de localização ou para calcular a área do terreno
> que queremos vender? Quem garante a fiabilidade do mapa? E que o próprio
> não deturpou o mapa por interesse próprio? e que o vizinho também o tentou
> fazer?
>
> Quando toca a interesses individuais/pessoais não se fiem em
> "auto-regulação", não funciona!
> Imaginem um jogo de futebol onde o arbitro é substituído por um sistema de
> votos dos espectadores...
> o resultado seria o mesmo do "the voice".
>
> Concluindo, não caiam no erro de menosprezar o papel da entidades publicas
> e a importancia/relevancia da informação oficial que produzem.
>
> Agora há muito a fazer para adaptar as entidades publicas à nova era da
> informação, da transparência e abertura?
> SIM É VERDADE!
>
> Acredito que 2016 será um ano de grandes mudanças no SIG nacional, perante
> a nova postura do SNIG e a adesão aos dados abertos e ao software livre...
>
> HAJA ESPERANÇA!
>
>
>
>
>
> Em Domingo, 29 de Novembro de 2015 8:55, "Mendes de Jesus, Jorge" <
> jorge.mendesdejesus wur.nl> escreveu:
>
>
> Obrigado ?
>
>
> Bastante boa a apresentacao
>
> ________________________________
>
> From: Portugal <portugal-bounces lists.osgeo.org> on behalf of Alexandre
> Neto <senhor.neto gmail.com>
> Sent: 29 November 2015 01:25
> To: OSGeo PT - The OSGeo Portugal Local Chapter;
> eng_geografo yahoogroups.com; LusoGIS; qgis-pt lists.osgeo.org
> Subject: [Portugal] Apresentação sobre a relevância e a distribuição de
> cartografia oficial
>
>
> Apresentação e texto feito pelo Paul Ramsey (postgis). Vale a pena ler.
> Encaixa na nossa realidade.
>
> https://t.co/hbRBwyCjZ5
>
> --
> Alexandre Neto
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