[Portugal] Apresentação sobre a relevância e a distribuição de cartografia oficial
Ricardo Pinho
rpinho_eng yahoo.com.br
Sábado, 9 de Janeiro de 2016 - 03:27:58 PST
Viva,Claro que cada um de nós fará a sua própria leitura, mas o Ramsey está nitidamente a puxar a brasa à sua sardinha e eu tenho de discordar e alertar para o perigo desse tipo de discurso, não só como funcionário publico (cuja função é defender o interesse publico) mas principalmente como cidadão!
Não tenho nada contra e até sou a favor das plataformas colaborativas, como o OSM, GitHub, Wikipedia e afins. São grandes exemplos de cidadania e ferramentas importantes de troca de informação e de grande utilidade para os cidadãos. E tenho feito esforços para que entidades públicas APOIEM E CONTRIBUAM alimentando-as com alguns dados oficiais.
O que é errado no discurso é misturar as coisas e chamá-las de alternativas às plataforma oficiais. Quem nos garante que daqui a 1 ano a CartoDB existe? Ou o GitHub não altera os termos de utilização? A própria Wikipédia já por diversas vezes esteve para fechar. Por diversas razões e a minha experiência diz-me para não confiar muito nesses projetos e a não aceitar que a defesa do interesse publico possa estar dependente deles.
Mas qual é o perigo desse tipo de discurso?
Foram as agências de rating e o FMI/Troika que decidiram que Portugal era "lixo" e convenceram a maioria dos Portugueses, com discursos desse tipo, a dar "carta branca" aos populistas para "cortar fundo nas funções do estado". Assistimos a um sério e preocupante enfraquecimento deliberado das instituições publicas, quer por corte dos seus recursos (financeiros e humanos) quer por fortalecimento artificial das "alternativas" privadas! O resultado está à vista... para quem o quiser ver.
"We can't use OSM. Because: the law"A lei como um entrave à evolução é mais uma mensagem errada e perigosa. Se a lei o impede é porque existem razões que estão na base da lei que o impedem. Se essas razões já não são válidas então vamos todos exigir à assembleia que mude a lei!
Imaginem que um de nós decide que os ingleses é que estão certos e que devíamos circular na rua do lado esquerdo. E como não compreendia a razão porque se decidiu andarmos todos pela direita, achava-se de plena razão e começava por iniciativa própria a circular na estrada pela esquerda... sem antes convencer todos os outros a fazer o mesmo. Não ia correr bem...!
E foi essa "maldita inercia" da lei (neste caso a constituição da republica) e as instituições públicas (tribunais) que fizeram frente e evitaram um desastre ainda maior ao saque que Portugal foi alvo nos últimos 4 anos! E só não nos defenderam mais porque a instituições publicas estão completamente de "rastos" e é bom que as pessoas percebam que é preciso fortalece-las de recursos e pessoas, pois são as únicas que defendem verdadeiramente o interesse dos cidadãos!
Se ele agora trabalha para a CartDB e acredita no projeto, ainda bem para ele! Mas que vir com este tipo de apresentações tentar angariar clientes do estado para a CartoDB... tenha lá paciência, não vamos nessa!
E já agora aqui ficam alguns links de plataformas públicas que todos nós cidadãos e contribuintes temos investido e que finalmente começam a dar resultados. Cumpre-nos agora usá-los e ajudar a melhora-los, tal como fazemos com as ditas "alternativas":
Portal de dados abertos da União Europeia
https://open-data.europa.eu/pt/data
Geoportal do INSPIRE
http://inspire-geoportal.ec.europa.eu
Sistema Nacional de Informação Geográfica (SNIG)
http://snig.dgterritorio.pt/portal/
Dados abertos das Instituições Publicas Portuguesashttp://www.igeo.pt/DadosAbertos/Listagem.aspx
Cumprimentos,Ricardo Pinho
Em Sexta-feira, 8 de Janeiro de 2016 21:09, Alexandre Neto <senhor.neto gmail.com> escreveu:
Boa noite,Não foi essa a leitura que fiz da apresentação. Não me parece que a mensagem do Paul Ramsey fosse a do ataque às instituições públicas e à qualidade da sua informação. Antes, e como tu próprio o disseste, que as instituições se têm de adaptar à realidade actual. Para tal - entre outras coisas? - devem garantir a difusão alargada dos seus dados, para que os mesmos sejam amplamente utilizados e assim tornando-os mais relevantes para os cidadãos.O que ele diz, é que se isso não acontecer, a sociedade civil acaba por se virar para alternativas colaborativas. Alternativas essas que, por já estarem bem implementadas (em alguns países), até podem servir para ajudar a distribuir os dados oficiais.E que bom que era termos um cadastro...Mas sim, creio que também por cá as coisas irão mudar. Não sei se será já para 2016. Mas lá chegaremos.Cumprimentos,
Alexandre
A 19h31 Sex, 8 de Jan de 2016, Ricardo Pinho <rpinho_eng yahoo.com.br> escreveu:
É bom que peça desculpa, pois desta vez o ramsey foi uma desilusão.
É compreensivel, o ponto de vista dele mudou, e a nossa opinião tende a mudar quando muda o nosso ponto de vista.
Vivemos tempos cada vez mais populistas,
onde uma mentira repetida por muitas pessoas se torna uma grande verdade,como é o caso das agencias de ratting.
ou quando muitos likes significa muito cool,como é o caso do facebook.
O que o Ramsey parece estar a dizer é que muitos likes = muito relevante
então também devemos acreditar em sondagens que erram sempre?!
E pergunto, se a informação produzida por entidades publicas ou orgãos oficiais são irrelevantes ou estão em declinio,Então porque os relatórios e publicações do INE são tão credíveis?Ou será que querem trocar os relatórios do INE por PivotTables de posts de facebooks ou coisas afins, e tomar decisões com implicações nas nossas vidas, no nosso futuro, nas nossas finanças, baseadas em likes?
E já agora, se OSM tivesse o nosso cadastro predial, porque não usa-lo para imprimir uma planta de localização ou para calcular a área do terreno que queremos vender? Quem garante a fiabilidade do mapa? E que o próprio não deturpou o mapa por interesse próprio? e que o vizinho também o tentou fazer?
Quando toca a interesses individuais/pessoais não se fiem em "auto-regulação", não funciona!
Imaginem um jogo de futebol onde o arbitro é substituído por um sistema de votos dos espectadores...
o resultado seria o mesmo do "the voice".
Concluindo, não caiam no erro de menosprezar o papel da entidades publicas e a importancia/relevancia da informação oficial que produzem.
Agora há muito a fazer para adaptar as entidades publicas à nova era da informação, da transparência e abertura?
SIM É VERDADE!
Acredito que 2016 será um ano de grandes mudanças no SIG nacional, perante a nova postura do SNIG e a adesão aos dados abertos e ao software livre...
HAJA ESPERANÇA!
Em Domingo, 29 de Novembro de 2015 8:55, "Mendes de Jesus, Jorge" <jorge.mendesdejesus wur.nl> escreveu:
Obrigado ?
Bastante boa a apresentacao
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From: Portugal <portugal-bounces lists.osgeo.org> on behalf of Alexandre Neto <senhor.neto gmail.com>
Sent: 29 November 2015 01:25
To: OSGeo PT - The OSGeo Portugal Local Chapter; eng_geografo yahoogroups.com; LusoGIS; qgis-pt lists.osgeo.org
Subject: [Portugal] Apresentação sobre a relevância e a distribuição de cartografia oficial
Apresentação e texto feito pelo Paul Ramsey (postgis). Vale a pena ler. Encaixa na nossa realidade.
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Alexandre Neto
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