[OSGeo-Brasil] Re: Foss4g 2010

Felipe Costa fsc7mail em gmail.com
Segunda Outubro 20 01:00:25 EDT 2008


<brasil%40lists.osgeo.org?Subject=%5BOSGeo-Brasil%5D%20Foss4g%202010&In-Reply-To=cc898e630810191018vd45df90l4d7e9c3805a63f86%40mail.gmail.com>

Olá Helton,

De fato você tem razão em muitos pontos, quando sugeri por exemplo o
Rio de janeiro pensei na sua empresa que tem sede lá, na hora de
escrever me deu o branco e acabei não citando, mas com certeza as
empresas, incluindo a sua tem um papel crucial no evento, acho por
exemplo que a Petrobrás, embora seja mista, poderia ter um papel
fundamental.
Acho que deve ser um lugar com atrativos turísticos e com a facilidade
que você citou. Não vejo São Paulo com todo esse potencial de
atratividade, o Rio me parece ser uma cidade em que os desenvolvedores
teriam vontade de vir.
As coisas que atraem as pessoas são poder ver seus pares
(desenvolvedores) e ter um bom local para visitar. Acho que o Rio é
ideal, porta de entrada para o resto do Brasil.
Esse ano foi o primeiro a ter uma trilha acadêmica, acredito ser um
avanço do evento e não creio que terá volta. Não foi a única trilha
mas teve grande participação. Tinham 7 salas durante 3 dias, sendo que
2 eram laboratórios e o restante dividido entre trilha geral (com
casos) e trilha acadêmica.
Uma coisa que eu acho boa da trilha acadêmica é que ela permite que
algumas pessoas que não poderiam participar pelo fator custo possam
ter acesso ao evento, eu sou um exemplo. Meu orientador bancou minha
passagem e acredito que muitas universidades bancam a participação de
seus alunos que apresentam trabalhos.
Na minha opinião ter uma trilha acadêmica não impede de forma nenhuma
ter enfoque no mercado.
Concordo com você quanto a lentidão no apoio do setor público. Todavia
acho que, o modelo do evento da África do Sul pode ser copiado, eles
se uniram a academia e deu certo. Citei o Inpe pois o mesmo já é
patrocinador da Osgeo e acho que pode ser um grande aliado, mas
podemos começar pelas empresas, é algo a ser discutido.
Minha intenção ao vir do evento era de gerar uma discussão em torno da
possibilidade de trazer o evento pra cá. Acredito que o nosso país se
beneficiaria sobremaneira com essa conferência. Queria saber a opinião
da comunidade e me dispor a colaborar no que for possível se a
comunidade acredita na viabilidade do evento, caso não seja do
interesse da comunidade ou seja inviável papo encerrado.
Houve sim uma proposta para trazer o evento desse ano para o Brasil,
não sei como aconteceu a organização dessa proposta do Rafael Sperb,
mas sei dizer que foi bem vista por eles e o Frank Warmerdam falou que
perdeu por um voto para a Cidade do Cabo, talvez tenha faltado um
pouco mais de envolvimento da comunidade, o que pode ser sanado com
uma possível proposta que envolva mais a comunidade.
Resumindo, o evento acontece se a comunidade quiser que aconteça para
isso precisamos de mais ação como você falou, agir como comunidade.
Acredito que é possível unir o mercado e a academia no mesmo evento
tendo patrocínio e apoio dos dois lados. Acho que a cidade ideal para
o evento seria o Rio por inúmeras razões já citadas e não citadas.
Mesmo com muitos compromissos como todos nesta lista irei ajudar como
puder. Meu objetivo de fomentar a discussão creio que está sendo
alcançado, e dar um ânimo a essa lista que anda muito parada.
Grande abraço a todos.

Felipe






Caros colegas da comunidade,

Tenho acompanhado a discussão e farei uma intervenção no sentido de
esclarecer alguns fatos que considero relevantes para os futuros eventos de
software livre para geotecnologias.

1. Quando pensamos em fazer um evento envolvendo uma estrutura grande o
suficiente para atender profissionais que virão de fora do país, devemos
pensar primeiramente na cidade, analisando infra-estrutura da mesma e
facilidade de acesso, como, por exemplo, possibilidade de vôos diretos para
Europa e EUA. No meu ponto de vista (que não é apoiado por todos do OSGeo
Brasil), o evento deveria ser pensado inicialmente no eixo Rio - São Paulo
para facilitar o acesso de todo o Brasil e de fora tb, visando tb facilitar
a abertura de portas para participação de empresas interessadas em
patrocinar o evento.

2. O enfoque do evento precisa ficar claro, pois isto irá definir a
participação de patrocinadores. Sabemos que o evento será técnico, mas ainda
falta definir se terá um enfoque acadêmico (apresentação de trabalhos
acadêmicos) ou enfoque de mercado (apresentação de casos de sucesso). Evento
acadêmico não interessa às empresas. Desta forma, o sucesso do plano de
captação depende da definição clara que o evento irá focar casos de sucesso.
Um bom exemplo de um evento especialista de software livre é o PGCon. Com um
enfoque em casos de sucesso, o evento teve vários patrocinadores, sendo que
os dois maiores (maiores cotas) foram a OpenGEO e a Dextra. A expansão da
comunidade depende da expansão do mercado, pois quanto mais empregos na
área, maior será a pressão para atualização do meio acadêmico "forçando" que
os professores deixem de formar "apertadores de botões" de software
proprietários e passem a ensinar os alunos a projetar soluções em padrões
abertos e software livre. Para quem não sabe, a participação da Autodesk
como patrocinadora no último evento do encontro dos usuários do mapserver
somente foi possível pelo bom relacionamento comercial entre a OpenGEO e a
Autodesk. Eu mesmo fiquei encarregado de conversar com a Autodesk e buscar o
apoio e, logo de cara, já informei que a OpenGEO iria apoiar o evento pois
haveria a apresentação de casos de sucesso. A participação da OpenGEO ajudou
na minha conversa para garantir a participação da Autodesk.

3. Acredito que alguns pontos colocados com relação por onde a organização
do evento deva ser iniciada estão equivocados. Não vejo qualquer benefício
em buscar a junção da linha dos eventos de foss gis com Geoinfo ou qualquer
outro evento acadêmico já existente no Brasil. Os eventos de software livre
estão crescendo e tendendo a criação de grandes blocos especialistas e nós
já somos um bloco especilista de software livre. Outro equívoco seria
planejar um evento a médio prazo (2 anos de antecedência) e depender de
alguma insitutição pública para que o evento ocorra. Todas as instituições
públicas possuim dependências políticas que, na grande maioria, são mais
fortes que os interesses técnicos. Para que o evento possa ter sustentação
financeira, devemos ter um bom plano de captação para as empresas
patrocinadores; se os órgão públicos apoaiarem, será algo a mais.

4. É importante destacar também que o comitê de organização e o comitê
técnico sejam pessoas realmente alinhadas com os objetivos do evento. As
palestras que serão apresentadas devem ser bem selecionadas. Este é mais um
motivo que descarta qualquer possibilidade de integração com outros eventos
fora a área de foss gis. Dos eventos em que estive participando direta ou
indiretamente da seleção dos trabalhos, eu, muitas vezes, convidava as
pessoas que possuíam grandes projetos para participarem. As vezes, os
trabalhos submetidos faziam um bom "marketing" sobre o mesmo, mas, como
tenho informações sobre os projetos que realmente são referência no mercado,
eu conseguia descobrir que na realidade o projeto não tinha alcançado os
objetivos descritos. O moral da história é que a formação dos comitês é
essencial para o sucesso do evento e a seleção deve ser bem criteriosa.

5. Durante este ano, estive em contato com comitês organizadores de diversos
eventos para entender como os eventos de software livre estão evoluindo.
Existe uma unanimidade entre os organizadores de o apoio das empresas é
fundamental para o crescimento dos eventos e que a presença de casos de
sucesso atrai novos usuários e tb melhora a possibilidade de captação de
recursos. Esta é a linha que defendo.

6. Desde o ano passado, tenho tido diversas reuniões com empresas que são
parceiras comerciais da empresa OpenGEO. Entre os assuntos, tendo convecido
os diretores destas empresas a colaborarem com os eventos que a OpenGEO irá
apoiar/organizar. A minha intenção é montar um evento para 400 pessoas num
hotel no Rio com toda infra-estrutura de um grande evento, incluindo
tradução simultânea para os participantes estrangeiros. Eu ainda não
consegui fechar todos os detalhes, pois é um evento caro e que me toma muito
tempo de planejamento. Mas a minha política é: ou faz bem feito, ou não faz,
pois não podemos prejudicar a imagem do software livre. Sem conseguirmos uma
mobilização para fazer um evento de grande porte no Brasil, acho muito
prematuro pensar em trazer o FOSS4G.

7. Acredito que as pessoas ligadas ao meio acadêmico deveriam estar
incentivando eventos locais (na própria universidade) para ampliação da
comunidade de software livre e, principalmente, para alinhar a formação
acadêmica com as demandas do mercado. Caso contrário, continuaremos tendo
engenheiros cartógrafos, geógrafos, etc ganhando muito mal, pois não sabem
projetar, apenas "apertar botões" de softwares proprietários. Com o baixo
nível da formação acadêmica no segmento de geotenoclogias no Brasil, eu
desconsidero comentários do tipo: "trocar uma Ferrari por um Fiat Uno
tunado". Estes profissionais, se conseguirem emprego, não ganharão mais de
1.000 reais no mercado privado.

8. Não posso dizer que realmente houve uma "tentativa" anterior de trazer o
FOSS4G, pois não foi produzido (ou eu não vi) nenhum documento com o
planejamento físico-financeiro. Não conseguimos nem mesmo chegar a um
consenso sobre o local. A proposta do Rafael Sperb foi Floripa, mas eu não
concordei com isso, pois mais uma vez estávamos pensando de forma limitada.
Ao meu ver, o evento precisa iniciar no eixo Rio-Sampa, pois até mesmo o
Geobrasil que iniciou no sul migrou para SP. O evento não pode ter um
enfoque acadêmico. Para eventos acadêmicos, cada universidade pode fazer o
seu de forma independente pois os custos são baixo.

Acredito que a discussão é imporante e que as idéias devam ser apresentadas.
Porém, enquanto não definirmos uma linha de ação clara e montarmos um
projeto bem estruturado para recebermos o FOSS4G tudo não passa de
discussão, ou seja, nunca teremos resultados.

No Latinoware, pretendo apresentar e discutir as propostas em relação ao
planejamento estratégico para os próximos eventos do OSGeo Brasil. Neste
momento, é importante que cada um diga como pode pretende ajudar sem contar
com "apoios externos" que são incertos.

[]s Uchoa



-- 
Bendirei o senhor em todo o tempo,
Na minha boca sempre o seu louvor
Sl 34 (33),1–16
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