RE: [Portugal] Off-topic: microstation *.top e catálogos *.cat

Duarte Carreira DCarreira at edia.pt
Mon Nov 15 12:55:50 EST 2010


Ricardo,

Fiquei a saber algumas estórias (história?) que não sabia ;)

Independentemente de tentarmos todos que o IGP altere a sua política, pelo menos, de distribuição desta informação, que acho sinceramente uma aventura impossível, gostaria muito de ter um processo Open Source para conversão desta info. É um processo que aumenta de complexidade consoante se eleva o nível de exigência. Podemos atacar por etapas - por exemplo, converter para pontos e linhas, desdobradas. E depois tratar os polígonos já seria outro passo. E a separação por temas outro ainda, etc.

Na verdade, gostaria de ouvir aqui alguns elementos de câmaras municipais: como vos chegam os dados dos concursos de cartografia – só dgn, só dwg, também em shapefile? Chegam a usar a informação? Como usam e como gostariam de usar esta info? Gostariam de a actualizar ao longo do tempo? Nada disto faz sentido porque é demasiado complexo trabalhar estes dados?

Quanto a software, se o OGR [1] (lembrete – testar o OpenEV) conseguir chegar ao user data linkage (que parece ser o mesmo que “attribute data linkage” [2]), já teríamos um caminho a seguir. Outra possibilidade seria solicitar à SIQuant o licenciamento do seu GeoQuality como GPL/MIT/BSD/???, e trabalhar a partir daí…

Duarte

[1] - http://dgnlib.maptools.org/ e http://dgnlib.maptools.org/libhtml/dgnlib_8h.html
[2] - http://www.la-solutions.co.uk/content/Databases/ElementData.htm


De: Ricardo Pinho [mailto:rpinho_eng  yahoo.com.br]
Enviada: segunda-feira, 15 de Novembro de 2010 16:38
Para: OSGeo PT - The OSGeo Portugal Local Chapter
Assunto: Re: [Portugal] Off-topic: microstation *.top e catálogos *.cat

Viva Luis, Duarte e restantes,

Em primeiro lugar devo manifestar que não considero este tópico NADA "off-topic", muito pelo contrário! ;-)
Na minha modesta opinião, é para promover o debate de assuntos como este que esta lista deve ser orientada. Porque, é na falta de debate que existe uma imensa lacuna nesta área (SIG) e em toda a sociedade Portuguesa.

> Mais alguém teve em lutas destas???

A questão seria melhor colocada na negação:
"Quem é que ainda não teve lutas destas?" ;-)

Acredito que, de uma forma ou de outra, todos os que lidam com SIG (e muitos outros...) esbarraram nesta "aberração Nacional" da Cartografia Oficial, feita num formato CAD proprietário, que nem sequer é o mais utilizado a nível nacional e que ainda por cima usa uma particularidade específica e "muito pouco utilizada" desse formato (o User data Linkage).

Depois de muitos anos a lidar com este problema, a justificação que encontro para esta situação e a sua manutenção até hoje resulta do velho paradigma: "The Inmates Are Running the Asylum!"
Ou seja: A opção por aquele formato de dados e multi-codificação resultou da valorização de vários factores que favoreciam os próprios criadores das especificações, da INSTITUIÇÃO REGULADORA (IGP) e PRODUTORES da cartografia, e desvalorizados os factores que favoreciam os UTILIZADORES da cartografia, nomeadamente a ABERTURA DE DADOS E DE FORMATO.

Se contabilizarmos os prejuízos directos e indirectos que esta "OPÇÃO" provocou e ainda provoca hoje na utilização (ou falta dela) de um recurso tão importante como a Cartografia, como diz o Luis, dava para pagar muita coisa... !!! Mas este é só um pequeno exemplo das más opções do passado que, todos somados, nos trazem hoje à situação de "bancarrota" do País. Errar é humano, mas repetir os erros e não os corrigir já não é, é sinal de falta de inteligência!

Eu também já estive nessas lutas e admito que não saí delas totalmente vencedor! A forma mais aceitável que consegui, com perdas mínimas de dados e de elementos gráficos, foi através da utilização do MicroStation V8, usando a sua capacidade de converter para DWG/DXF. Depois disso, como domino razoavelmente esse outro formato, já foi fácil utilizar a informação, nomeadamente converte-la para BD Geográficas, etc...
Mas esta solução não a vou divulgar pois estaria a JOGAR O JOGO DELES E A PROMOVER O SOFTWARE FECHADO!

Na altura, 2004-2006, tentei inúmeras soluções e metodologias usando software livre SIG, mas com sucesso limitado e usando sempre passos intermédios com software fechado. Não sei se entretanto a OGR e outras bibliotecas capazes de ler o formato dgn melhoraram ao ponto de conseguir ler e exportar o "User data Linkage"? penso que não...

É sabido que, para resolver correctamente um problema devem-se atacar as suas causas!
Foi isso que tentei fazer, ao aproveitar a oportunidade de interesse por parte do distribuidor da Autodesk (Techdata) e a receptividade da entidade reguladora (IGP), e propus-lhes a criação de uma versão do Caderno de Encargos da Cartografia Oficial para o formato: DWG / DXF. Essa iniciativa resultou na elaboração de um completo Caderno de Encargos para o formato DWG, acompanhada pelo IGP, que incluí-a a capacidade de multi-codificação utilizando o "EXTENDED DATA".

> - A multicodificação também pode ser simulada em Autocad. Sobre este aspecto ver:
> "Bibliotecas de símbolos e dados auxiliares de produção"- http://www.igeo.pt/servicos/Autoridade_Nacional/Biblioteca_DWG_10k.zip
> (Esta pasta tem um ficheiro multicodigos.doc)

Como autor desse documento e bibliotecas, devo esclarecer que foi a solução encontrada para responder à exigência do IGP em "manter inalterados" os princípios que regiam as especificações da Cartografia Oficial, apenas garantido que os dados fossem gravados em formato DWG. Gostaria de ter ido mais além, mas essas foram as regras...

EM CONCLUSÃO:
É tempo de debater claramente este assunto e de os utilizadores darem a saber que exigem a adopção de um FORMATO E ESPECIFICAÇÕES ABERTAS para a cartografia oficial Portuguesa.

Duarte (como chapter member),
talvez este seja um bom desafio para a recém criada Associação OSGEOPT, e para a comunidade Portuguesa de utilizadores de software livre SIG demonstrarem as suas convicções!
Eu tenho muitas sugestões sobre como resolver este problema e estou disponível para ajudar com os meus conhecimentos e experiência, desde que seja um projecto que se baseie nos princípios de transparência e de participação livre/pública. (do género do praticado pelo grupo de trabalho de educação/ensino)

Cumprimentos,
Ricardo Pinho


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De: Duarte Carreira <DCarreira  edia.pt>
Para: OSGeo PT - The OSGeo Portugal Local Chapter <portugal  lists.osgeo.org>
Enviadas: Sexta-feira, 12 de Novembro de 2010 10:35:51
Assunto: RE: [Portugal] Off-topic: microstation *.top e catálogos *.cat
Olá Luis.

Já me tinham falado do pgeCOD, mas nunca tinha encontrado um link… e não me lembrava exactamente do nome. Mas é preciso MicroStation. Algúem sabe o preço? Também me falaram em tempos de uma versão supostamente mais barata que o MicroSt. que é o power map? Ou semelhante, também da Bentley… supostamente seria capaz de converter os dgn multicódigo, de alguma forma…

Também tenho um esquema parecido com o teu de conversão, mas usando FME. Temos uma tabela de multicódigos válidos, que são extraídos dos dgn’s para shapefile, replicando os vectores quando têm mais de 1 código, e separando objectos gráficos (hatches, et al). Depois estes vectores são separados por temas (outros shapefiles) usando uma tabela de mapeamento. A coisa funciona bem, e conseguimos até obter os textos em separado (pontos, com texto, ângulo e características gráficas). Mas restam ainda as tarefas para criar os polígonos correctamente… código a código, criar polígonos, e criar os polígonos interiores para obter as áreas correctas. Claro que polígonos só interessam a quem necessita de mais do que imprimir ou ver cartas.

Mais alguém teve em lutas destas???


Duarte


De: Luis Miguel [mailto:lmikegeo  yahoo.com]
Enviada: sexta-feira, 12 de Novembro de 2010 00:04
Para: OSGeo PT - The OSGeo Portugal Local Chapter
Assunto: Re: [Portugal] Off-topic: microstation *.top e catálogos *.cat

Hi List,

Este assunto é sem dúvida bastante interessante. Algumas considerações:
- O principal problema a resolver na posse de cartografia multicodificada consiste na replicação dos vectores (n códigos --> n vectores).
Neste aspecto acho que vamos estar sempre dependentes de aplicações fechadas (ou então desenvolver uma em MDL, MicroStation Basic, etc..). Apenas acrescento uma às que o Duarte referiu: pgeCOD da Pregale, http://www.pregale.com/produtos.html

- A multicodificação também pode ser simulada em Autocad. Sobre este aspecto ver:
"Bibliotecas de símbolos e dados auxiliares de produção"- http://www.igeo.pt/servicos/Autoridade_Nacional/Biblioteca_DWG_10k.zip
(Esta pasta tem um ficheiro multicodigos.doc)

- Há uns tempos atrás elaborei uma tabela de mapeamento, que funciona em Microstation V8  a qual nomeia um objecto em função do nível, simbologia e geometria. Para utilizá-la é necessário que a cartografia se encontre replicada. Nota: na altura constatei que no catálogo de objectos do IGP não existiam dois códigos com a mesma simbologia + level e tipo de geometria associada. A tabela não inclui a toponimia.
XLS: http://geomatica.no.sapo.pt/file/tabela.xls
CSV: http://geomatica.no.sapo.pt/file/tabela.csv

Depois de efectuar o mapeamento podemos carreagar os dados em SIG tendo para cada objecto uma layer.

- O IGP disponibiliza para download várias routinas que lidam com multicódigos mas nenhuma faz replicação de vectores.
http://www.igeo.pt/produtos/Cartografia/download/download_caixa_de_ferramentas.htm

Cumps

Luis Tavares






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From: Pedro Pereira <pedromap  gmail.com>
To: OSGeo PT - The OSGeo Portugal Local Chapter <portugal  lists.osgeo.org>
Sent: Thu, November 11, 2010 7:04:39 PM
Subject: Re: [Portugal] Off-topic: microstation *.top e catálogos *.cat
Os códigos se forem exportados para ODBC ficam compatíveis com o ArcGis/shapefile, depois basta fazer a associação do código com o catálogo de objectos.

Quanto a gerar polígonos com ou sem ilhas no NgXis é muito simples... desde que não possua erros de topologia!!!
Recordo-me, de uma formação que realizei no IGP, de ferramentas que eles tinham internamente para trabalhar com esta informação. Tv seja altura de serem disponibilizadas :)
O problema é o que já se sabe, quando a informação vai para shape e é alterada ou associada a outra informação,  a base perde todo o sentido...deixa de estar actualizada, e mesmo que o façam, a sua exportação para shape faz com que se perca toda a informação previamente alterada/associada....
2010/11/11 Duarte Carreira <DCarreira  edia.pt<mailto:DCarreira  edia.pt>>
Luís,

Sem usar NgXis, o formato da cartografia multicodificada do IGP é na prática um formato proprietário, fechado a qualquer outro software.

Sucede que os códigos de cada objecto gráfico estão guardados numa área denominada “user data linkages”, e dificilmente se encontra software que capaz de ler esta área para que possamos depois decompor em códigos presentes no catálogo. Mas esta decomposição nem é muito difícil (penso que estão em decimal e converte-se para hexadecimal). O problema está mesmo em conseguir ler esta informação no ficheiro top (que é um dgn a que se mudou a extensão).

Os programas que vi ler estes códigos são o FME (excelente, mas complexo, e que custava ~700€ há 4 anos), e um utilitário desenvolvido pela SIQuant que testei em tempos (http://www.siquant.pt/portal/GeoQuality@141.aspx). Segundo me recordo tinha um bom potencial, mas aparentemente parou no tempo. De qualquer forma, é uma opção que eu exploraria, em alternativa a MicroStation+NgXis. Penso que está para download gratuito…

Em tempos também, o Frank Warmerdam disse-me estar convencido que o OGR também lias estes códigos, usando na altura a dgnlib. Pareceu-me a mim que ele se referia na realidade aos mslinks, que não são o que se pretende. Nunca cheguei ao fundo desta questão, e de qualquer forma, a dgnlib também segundo sei tem actualmente problemas de licenciamento (tem de ser paga)…

Acho este tópico muito interessante, e gostaria de saber de outras experiências sobre a conversão de dgn’s multicodificados.

Antes que me esqueça, eu ouvi pessoalmente o Eng.º Cordeiro do IGP, afirmar que o IGP faria esta conversão para shapefile gratuitamente desde que solicitado. Acho que não alucinei, e foi numa sala cheia de gente… (julgo que no penúltimo ESIG, se a memória não me falha). Talvez seja esta a primeira opção a investigar.

E finalmente, não esquecer as dores de cabeça que esta conversão provocará quanto a polígonos ilha ou vazios…

Duarte



De: Pedro Pereira [mailto:pedromap  gmail.com<mailto:pedromap  gmail.com>]
Enviada: quinta-feira, 11 de Novembro de 2010 15:38
Para: OSGeo PT - The OSGeo Portugal Local Chapter
Assunto: Re: [Portugal] Off-topic: microstation *.top e catálogos *.cat

Com o microstation e o NgXis podes ler os códigos e ver os seus atributos de acordo com o catálogo.
Com o NgXis eles estão automáticamente ligados.

Cumps,
Pedro
2010/11/11 Luís Ferreira <lferreira75.1  gmail.com<mailto:lferreira75.1  gmail.com>>
Boa tarde.

Eu estou perfeitamente ciente que estou a postar um assunto off-topic.

Eu estou perante a tarefa de importar um conjunto de dados de um modelo
numérico topográfico para formato SIG. Tenho dados em formato *.top
(microstation) e catálogos com a tipologia dos dados em formato *.cat.

Alguém trabalha com este formato de dados ou sabe de alguma maneira para
ligar a tipologia dos dados aos atributos dos dados geométricos (layer,
cor,...)?

Obrigado,
Luís Ferreira

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